terça-feira, 8 de outubro de 2013

 

Artigo: Era do radicalismo


(A) Já comprei vários livros por achar o título interessante. Logo eu, formado em Comunicação Social e conhecedor de algumas das artimanhas dos publicitários para vender produtos e informações. Na grande maioria dos livros, não me arrependo. Um deles chamava-se A Era do Radicalismo, de Cass Sustein. Para resumir, o livro oferece explicações sobre o porquê das pessoas se tornarem extremistas. Desde investidores a grupos religiosos.

Nos últimos anos, alguns estudos analisam o uso das redes sociais e da internet de um modo geral e suas consequências. Uma delas, por exemplo, tocada pela parceria entre as universidades de Leuven, na Bélgica, e de Michigan, nos Estados Unidos, chegou à conclusão de que quanto mais se usa o Facebook, mas infeliz e solitário o sujeito é. O motivo é simples: muitas pessoas postam informações como se suas vidas fossem quase perfeitas, aumentando a inveja e a sensação de que suas vidas não são tão boas. Foi o mesmo resultado encontrado pela pesquisa comandada pelas universidades Humboldt e Darmstadt, da Alemanha.

40% dos americanos têm conta no Facebook, no mundo, esse número chega a 1,06 bilhão de pessoas. O Brasil aparece entre os cinco países mais presentes na rede social, ao lado de EUA, Índia, Indonésia e México. Não tenho números sobre o Rio Grande do Norte ou Mossoró especificamente, mas quase todas as pessoas que conheço possuem conta em alguma rede social.

Nas redes sociais há um mar de gente que não formula ideias sobre nada especificamente, mas entra na onda por vários motivos, cristalizando opiniões, incentivando a beligerância. Vê-se agressões contra homossexuais, nordestinos, negros, adversários políticos. Para se ter uma ideia, em 2006 havia algo em torno de 20 células neonazistas ativas na internet brasileira. Hoje esse número passa de 300. É o que afirma a Safernet Brasil, órgão que monitora crimes cibernéticos.

Ao invés de propiciar debates sadios sobre tendências políticas, há uma onda de agressões, xingamentos e calúnias, incentivadas pelos muros de um suposto anonimato. Numa conversa pessoal, com proximidade física, covardes que usam a rede social não têm a coragem de dizer as asneiras que falam no mundo virtual. O acirramento emburrece o debate, impede o convencimento e incentiva o mal-estar. Quando se observa os cargos comissionados no Portal da Transparência, rapidamente chega-se aos nomes daqueles mais afoitos.

Isso ficou muito claro nas eleições presidenciais de 2010 e, aqui mais pertinho da gente, nas eleições municipais de 2012, quando um exército pago com dinheiro público foi incumbido da missão de agredir candidatos adversários. Fato que persiste, mesmo depois de findadas as eleições.

O imediatismo das informações, a acusação sem provas, a disseminação de mentiras é um problema sério das redes sociais, mas há casos positivos, como por exemplo do sumiço de Amarildo Souza, após ser levado a uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela da Rocinha, no Rio de Janeiro-RJ. Não fossem as redes sociais, o caso teria passado despercebido. Graças ao movimento em Facebook e Twitter, policiais foram acusados formalmente de assassinato e ocultação de cadáver.

Difícil controlar. Talvez até impossível. Em outros tempos, as massas se reuniam em estádios para aplaudirem gladiadores se matando, sendo mortos por animais selvagens. Também havia reuniões em praça pública para assistir a enforcamentos e decaptações. Hoje, muitos fazem isso no mundo virtual.

Quem não está nas redes sociais é logo chamado de desligado do mundo, mas conversando com um amigo esses dias, ouvi dele a seguinte explicação: se não vejo as agressões diárias de determinado indivíduo, quando encontrá-lo fica mais fácil perdoá-lo. É um preço a se pagar imposto pela falta de noção de bom senso por parte de um elevado número de usuários das redes sociais.

Cabe a cada um refletir. Observar o próprio comportamento para não incentivar o ódio, o rancor, a inveja. Cabe também nos policiarmos para não deixarmos estes sentimentos tomarem conta de nossas palavras, mesmo que virtuais. Não é nada positivo incentivar o radicalismo. (Artigo do vereador Lairinho publicado no jornal O Mossoroense de 06 de outubro de 2013).

Comentários:
Como exigir o cumprimento da Constituição Federal não é radicalismo...
Diz a C.F. no seu Art.31 - 3 Capítulo IV DOS MUNICÍPIOS:
"As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei."
Aí está o caminho para se ver a FOLHA DE PAGAMENTO DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ. De Mossoró e de qualquer outro Município.
Por que o Vereador Lairinho não exige o cumprimento deste artigo constitucional?
Por que não formar uma comissão de vereadores e ingressar na justiça com um pedido formal para que seja determinado pela autoridade competente o cumprimento da Constituição Federal em Mossoró.
O que está a impedir que os representantes do povo façam isto?
Inácio Augusto de Almeida
(84) 91397139

 

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