segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

 

Artigo: A mudança que queremos

(A) Se não estiver enganado, há cerca de um ano escrevi um artigo com este mesmo título. Resolvi falar novamente sobre isso sem consultar o anterior, escrevendo o que vem à mente, para depois, quem sabe, comparar um ao outro. Quem sabe também nunca fazer a comparação. O objetivo é simplesmente um convite à reflexão.

Tenho a opinião de que datas comemorativas são muito mais invenções para vender presentes do que para valorizarmos aqueles homenageados. Dia dos pais, dia das crianças, dia das mães, dia do estudante, dia disso, dia daquilo, natal, reveillon; para que servem estas datas? Será que todos nós internalizamos as mensagens em busca de melhoria?

O Natal, data que simboliza o nascimento de Jesus Cristo, é muito importante. Mesmo para aqueles céticos que podem até duvidar da existência do Cirsto, não há nas palavras em torno de Jesus uma sequer que pregue nada de negativo. Muitos esquecem do que representa a história de Cristo e se apegam somente aos presentes, transformam Papai Noel em figura mais importante.

Qual a diferença entre o dia de hoje e terça passada? Temos os mesmos 1.440 minutos, as mesmas 24 horas. Temos que comer, dormir. Ah! Estamos em 2014, terça passada era o último dia de 2013. Mas o que, de fato, aconteceu? Quais as mudanças? As promessas aos pais de que nesse novo ano vai haver mais estudo e melhor comportamento? A promessa de mais fidelidade? De um ponto final ao cigarro? De que desse ano não passa, “vou fazer o caminho de Santiago de Compostela”? De que adianta tantas promessas?

Sidarta Gautama, o Buda, segundo dizem, teve uma vida rodeada de luxo e mulheres, provida pelo seu pai, que não queria que o filho visse pobreza ou doença. O Buda, do nada, após mais uma noite de orgias, viu que aquilo não era o que ele queria para sua vida. Já tinha algo em torno de 30 anos de idade. Resolveu ir embora do palácio em que vivia e viver na floresta. Deixou uma série de ensinamentos que até hoje ensinam muito sobre o que podemos mudar em nossas vidas quando realmente é o que queremos.

Na nossa vida moderna de tanta informação, celulares, notebooks, televisão, rádio, jornal, blogs, de tanta correria no trabalho, consumismo desenfreado, vivemos em um estado de estresse permanente. Felizes daqueles que conseguem ter um modo de vida mais voltado à família e aos reais momentos de felicidade.

Algum filósofo já disse que não há felicidade permanente. No máximo, conseguimos momentos de alegria. Penso que podemos viver em estado de menos tristeza, com muitos momentos de alegria, quando passamos a exigir menos. Na verdade, quando aceitarmos que estamos nessa vida para aprendermos e construir nossa evolução, que de tudo podemos tirar uma lição, poderemos ser mais tranquilos.

Dia desses, um amigo que não via há anos me perguntou como eu estava. Minha resposta foi “a vida tem sido boa comigo. Não posso reclamar”. Ele, espantado, comentou que era raro ouvir uma resposta como aquela, que a maioria das pessoas faziam algum lamento sobre a vida. Há quem reclame de dinheiro, do fim de um relacionamento amoroso, do comércio, do time que perdeu o campeonato. Há reclamação de mais e agradecimento de menos.

Se queremos ter mudança em nossas vidas neste ano que começa, que tem os mesmos dias que ano passado, que é igualzinho aos anos de décadas passadas, precisamos iniciar essa mudança dentro de nós, na forma como encaramos as vitórias e as derrotas, a alegrias e as tristezas. Receba o que a vida tem para te dar, inicie a mudança a qualquer tempo. No réveillon ou no dia das crianças. É como diz o clichê: nem todos que tentaram conseguiram, mas todos que conseguiram é porque tentaram.

Que em 2014 possamos, cada um de nós dedicar mais tempo para reflexão. Assim poderemos mudar para melhorar nossas vidas e a vida daqueles que amamos. Feliz Ano-Novo. Que sejamos a mudança que queremos, que sejamos melhor do que ontem. (Artigo do vereador Lairinho Rosado publicado no jornal O Mossoroense de 05 de janeiro de 2014).


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