segunda-feira, 7 de julho de 2014

 

Artigo: O novo, a mudança

(A) Na campanha que se inicia oficialmente nesse fim de semana, mais precisamentre sobre a sucessão estadual, alguns tentam pautar o debate pelo índice de rejeição de um candidato ou de outro. Quem perde com isso é, principalmente, a democracia. Não deveriam se nivelar por baixo. Recordo-me fortemente da eleição presidencial de 2010, quando assuntos como economia, saúde, educação, segurança e infraestrutura deram lugar ao debate acerca do aborto, casamento e homossexualidade.

Os principais concorrentes majoritários no RN estão na chapa PMDB-PR-PSB e PSD-PC do B-PT. Para falar sobre renovação ou mudança, fico me perguntando quem dos principais representa esse sentimento. Robinson Faria não vive sem um mandato há 28 anos; Henrique Alves está há 44 anos na Câmara dos Deputados; Fátima Bezerra exerce mandatos consecutivos há 20 anos; Wilma, com poucos intervalos sem mandato, está há 28 anos em cargos públicos; e João Maia e Fábio Dantas, os vices, estão há menos tempo exercendo cargos eletivos. Todos os concorrentes estão há décadas exercendo cargos públicos. Não há nada de errado nisso. Política é disputa por espaço, pelo poder, pra que se possa pôr em prática o que se acredita ser melhor para a sociedade.

Não acho correto a simples definição da política como direita contra esquerda, certo contra errado, velho contra novo. Não estamos mais nos tempos de monarquia onde os que estavam à esquerda do rei eram a favor de mudanças pelo povo e os que estavam à direita preferiam deixar como estava, povo lá, corte cá. Os tempos são outros. As necessidades e o debate, idem. Não acredito em um socialismo sem meritocracia e respeito à economia, como não acredito num capitalismo histérico que não olhe para os mais necessitados, que não trabalhe pelo social. Um precisa do outro, um pode completar o outro. O que menos interessa é a simpatia de A ou de B. A capacidade de agregar, unir, convencer e gerenciar os problemas e soluções é o que qualquer governo precisa. Não se precisa de gerente, mas de líderes que possam ter seus gerentes.

Pouco importa quantos anos tem cada um dos candidatos ou há quantos anos está na política. Conheço políticos de muita idade com perfil inovador, mas também conheço políticos novos na idade e no tempo de exercício da política que se utilizam das mais retrógradas e degradantes formas de se fazer política. A pergunta a ser feita é: quem tem mais condições necessárias para que o nosso Estado volter a crescer? Quem, no Rio Grande do Norte, merece mais a confiança do povo potiguar para governar o Estado? De 2008 pra cá, cidades como Natal e Mossoró, o próprio governo estadual, são más experiências do efeito colateral de deslize no oportunismo, no discurso fácil e no oba-oba.

Na corrida presidencial teremos grandes nomes debatendo: Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), além de Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB). A esperança é que o debate não se apequene, não se tente promover o debate de passado contra passado, deixando de fora assuntos necessários para a retomada do crescimento brasileiro, como as tantas reformas do Judiciário, tributária, mudanças na economia.

É muito o que se precisa debater. O Brasil está entre os que menos cresceram na América Latina e o Rio Grande do Norte apresenta números aterradores na saúde, educação, segurança, turismo, economia. O eleitor não pode se deixar levar pelo debate rasteiro. O novo pode estar num candidato com anos de estrada, assim como o velho pode estar dentro daquele que prega renovação. A guerra de informação ajuda a embaralhar a cabeça das pessoas, mas não há como fugir. O povo brasileiro escolherá os nossos governantes. (Artigo do vereador Lairinho Rosado no jornal O Mossoroense de 06 de julho de 2014).

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